Será que o namoro a distância, por meio da internet, dá mais certo que o de carne e osso? E conhecer alguém por aplicativos de encontro vai acabar em um relacionamento de sucesso? Estes e outros assuntos foram abordados no último Faz Sentido, em 19 de março. A apresentadora e jornalista Fabiana Sparremberger recebeu a psicóloga Alba Gorete Lenz para tratar do assunto.
Contato físico
Conforme a psicóloga, a partir dos resultados da enquete realizada nas redes sociais do Diário, a necessidade do contato físico nos relacionamentos pode ser devido ao período do isolamento social. Os relacionamentos pela internet aumentaram, mas ocorreu um maior desejo por relações presenciais.– É importante frisarmos que existem dois tipos de relacionamentos a distância. Aquele no qual as pessoas já se conheciam, ou namoravam, mas uma delas precisou se mudar. O outro é quando as pessoas se conhecem virtualmente. Mas os dois tipos precisam de honestidade, confiança e diálogo – são sempre fundamentais.
A jornalista apresentou um levantamento realizado pelo Centro de Estudos das Relações de Longa Distância, dos Estados Unidos, e a pergunta era: “quais as chances de um namoro a distância dar certo?”:– A pesquisa, de 2020, mostrou que 73% das relações deram certo. O critério utilizado para o estudo foi o namoro durar mais de seis meses. Nos Estados Unidos, mais de 7 milhões de casais têm um relacionamento que sobrevive graças à internet e ao telefone. De acordo com o Centro, 30% dos namoros de carne e osso acabam nos primeiros seis meses. E o resultado mostrou que o namoro a distância dura mais (27% terminaram antes dos 6 meses).
Diálogo
Um dos fatores que podem prejudicar os relacionamentos online é a idealização do parceiro ou da parceira. Alba comenta que namoros virtuais podem ocorrer em função de algum medo da pessoa, como decepcionar-se.– Não querer se machucar logo de cara pode ser uma das questões de procurar um relacionamento online primeiro. Depois, a pessoa pode experimentar se vai ter alguma química. Mas, é importante frisar que em todas as relações, seja a distância ou física, são necessários diálogo e respeito.Ainda sobre a pesquisa, a explicação para os relacionamentos a distância darem certo é a maior comunicação assertiva.– Pessoas separadas fisicamente têm um diálogo mais aberto. Conversam mais sobre o relacionamento, tem menos discussões triviais, conseguem separar o horário de trabalho do de namoro. Ou seja, tem mais tempo de qualidade juntos. O que pode criar uma proximidade que não é encontrada em casais que se vêem todos os dias – aponta Fabiana, fundamentada nos resultados da pesquisa.
A psicóloga destaca ainda que o casal precisa ter objetivos comuns de vida.– Muitas pessoas que querem mudar o cônjuge buscam a terapia de casal. E é isso que as pessoas precisam se dar conta. Os pensamentos diferentes sempre vão existir e precisam ser respeitados. Mas pessoas com objetivos divergentes terão conflitos no relacionamento, isso não tem jeito.